O ovo ou a galinha – a criatividade ou a disciplina
- Sofia Lavos
- 1 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de fev. de 2024
As empresas estão repletas de estereótipos porque são úteis na arrumação de perceções que sustentam as decisões que se querem tomar. E uma dessas ‘manipulações’ acontece com a criatividade, em sentido lato.
Ainda é frequente pensar-se que a criatividade surge nos momentos de rasgo: aqueles em que todas as circunstâncias são perfeitas e se congeminam a nosso favor para que obra nasça. E a obra pode ser a ideia mágica, aquela que resolve, que soluciona e inova; fruto de um momento incrivelmente diferente e especial.

Os bloqueios criativos, o pânico da folha em branco, a falta de musa inspiradora são exemplos desta versão estereotipada da criatividade, seja ela artística ou não.
Mas a evidência no mundo empresarial também mostra que a criatividade se entranhou em muitos profissionais (até de perfis ditos ‘mais cinzentos’); que persegue a curiosidade da análise fina e o sentido crítico; que deu as mãos à resolução de problemas complexos e ao pensamento estratégico.
Está ao acesso de todos e, como todas as competências que se querem desenvolver ou melhorar, a criatividade requer trabalho e empenho; ao invés de uma atitude passiva e romântica de que ‘a dita musa inspiradora’ chegará no momento certo.
A criatividade requer, sobretudo, disciplina.
Os pequenos hábitos compostos e consistentes geram grandes resultados. Adam Grant, Darren Harry e tantos outros autores recentes - cuja obra aborda a produtividade e o impacto dos hábitos na condução da vida desejada -, mostram como os pequenos hábitos podem ser juros compostos: melhorar 1% a cada dia gera uma significativa mudança até o fim da jornada. Estas receitas são válidas para ler, escrever, correr uma maratona e tantas outras ambições que se queiram alcançar. Há que definir o objetivo, dar-lhe tempo, espaço, repetir e aprimorar.
Outra chave diferenciadora para o sucesso no desenvolvimento de qualquer objetivo é também a consciência que temos do que realmente queremos ser. É fundamental saber em que profissional, pessoa, nos queremos tornar para alcançar aquele objetivo.
Como sabiamente dizia Picasso: “Que a inspiração chegue não depende de mim. A única coisa que posso fazer é garantir que ela me encontra a trabalhar”.
Se a única forma de qualificar o nosso valor residir no resultado de uma transação, e não na metodologia com que nos comprometemos, de nada nos valerá seguir atalhos, forçar acontecimentos… o resultado até surgirá, mas… a obra não nascerá!




Comentários