Empatia: o que todos precisam, até os que julgam que não
- Sofia Lavos
- 1 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de fev. de 2024
Como é possível que muitos profissionais, líderes, gestores que vivem acontecimentos ‘dramáticos’ de gestão de pessoas na sua carreira, os transformem em momentos com significado e desenvolvam, a partir deles, relações duradouras?
Falamos de situações difíceis que mudam de forma indelével o percurso profissional e pessoal dos implicados: negociações de saída, despedimentos, despromoções ou ausência de progressão na carreira.

A mensagem a passar é sempre dura e mata a expetativa de quem a ouve porque, antevendo ou intuindo o evento, a preparação de quem a recebe nunca é suficiente e destapa um futuro que (muitas vezes) ainda oferece impreparação, medo e ansiedade.
Todos os que relataram estes eventos têm algo em comum: são profissionais empáticos. Empatia é das mais subtis - mas mais estruturantes - competências de gestão e um dos alicerces de liderança emocionalmente inteligente. A empatia requer abnegação, abandono dos preconceitos próprios e humildade para apreender o que o outro expressa, de forma verbal e não-verbal. Empatia não é pieguice, não é sorriso impulsivo ou gargalhada estridente. A empatia muito menos é ausência de convicções e valores. Os profissionais que são mestres na empatia exprimem sentimentos com convicção, porque são emoções autênticas, profundamente enraizadas nos seus valores e… geram ressonância no outro.
Como desenvolver conversas difíceis com empatia?
Face the Brutal Facts diria Steve Jobs e Just Do It recorrendo ao apelo da Nike
A mensagem é crua e violenta para quem a ouve. Há que a transmitir de forma simples e direta. Mas fazê-lo.
Manter sempre a escuta ativa. Quem o sabe fazer acede a um manancial de informações imenso sobre o outro e um potente sistema de orientação sobre como falar e comportar-se: apreender e escolher a melhor resposta. E tantas vezes a melhor resposta é só o silêncio…
Aprender a ler o outro, para além do que se ouve - as expressões faciais, o tom de voz, o comportamento não-verbal expressos na postura e nos gestos revelam tanto ou mais quanto as palavras ditas.
Seguir a intuição – ainda que o fim seja inevitável, a intuição indica muitas vezes o caminho mais certeiro para a condução do momento difícil.
Estas receitas que os líderes empáticos aplicam habilmente são válidas para tantos outros momentos de gestão: no recrutamento, no desenvolvimento de talento, na relação com colaboradores em modelos de trabalho diversos, dispersos geograficamente e com culturas diferentes.
Na ‘conta final’ são os resultados da liderança que conta para a maioria, mas a âncora que os segura de forma sustentável é a empatia. Ainda que muitas vezes não seja verbalmente elogiada, ela é a base de gestão de relações com ressonância e que se perpetuam no tempo.




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