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Quer mesmo ganhar o Óscar?

  • Sofia Lavos
  • 1 de fev. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 8 de fev. de 2024

O reconhecimento é uma das práticas de gestão aceites nas empresas como promotoras da exemplaridade do desempenho, com um efeito - não despiciendo - na sustentação da cultura das mesmas. Ele é a forma de integração dos colaboradores num sistema, com regras, e a entrada numa estrutura com escalas que diferenciam o mérito. Hoje há modelos diversos, cada vez mais tendentes à simplificação e agilidade do processo e, sobretudo, mais promotores de valores e comportamentos que se querem marcar na cultura das empresas.



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Mas o reconhecimento, per si, é o fim do caminho; é o símbolo; o prémio do trabalho bem feito, do comportamento alinhado. O caminho que fez até lá fará toda a diferença e distinguirá a integridade e a resiliência de quem o percorreu.


A este propósito: duas histórias, de dois talentosos atores com obra sobejamente conhecida. Distingue-os a idade, o género e uma estatueta altamente simbólica no meio cinematográfico.


Matt Damon com 27 anos ganhou a estatueta mais cobiçada do cinema: o óscar para melhor roteiro original por “Génio Indomável” em 1998, co-escrito com Ben Affleck.

Glenn Close, atualmente com 74 anos, bateu o recorde de ser a atriz mais indicada para Óscar sem nunca o ter recebido.


Esta recordista do não-prémio é um fracasso? A sua carreira longa de atriz foi um desperdício? A falta de validação simbólica do Óscar indicia que fez um mau trabalho ou mau percurso?

Na realidade Glenn Close não recebeu um Óscar, mas soma inúmeros outros reconhecimentos da indústria e foi considerada uma das mulheres mais influentes do mundo, de acordo com a Revista Times.

Numa entrevista ao “The Graham Norton Show” em 2015 Matt Damon descrevia os ensinamentos que tirou desse momento importante da sua carreira.


O primeiro: congratulava-se pelo facto de ter ganho o Óscar sem ter prejudicado ninguém pelo caminho. E o segundo, mais impactante: que imaginava como seria chegar aos 80 ou 90 anos à espera de receber o Óscar… E tomou consciência do quão triste seria se aquele reconhecimento fosse realmente o mais importante da sua vida de ator. Porque se assim fosse, seria triste: teria desperdiçado a vida. O prémio em si não preenche. É só um prémio.

À hora da sua morte, Matt Damon e Glenn Close serão irremediavelmente reconhecidos como ótimosO reconhecimento é uma das práticas de gestão aceites nas empresas como promotoras da exemplaridade do desempenho, com um efeito - não despiciendo - na sustentação da cultura das mesmas. Ele é a forma de integração dos colaboradores num sistema, com regras, e a entrada numa estrutura com escalas que diferenciam o mérito. Hoje há modelos diversos, cada vez mais tendentes à simplificação e agilidade do processo e, sobretudo, mais promotores de valores e comportamentos que se querem marcar na cultura das empresas.


Mas o reconhecimento, per si, é o fim do caminho; é o símbolo; o prémio do trabalho bem feito, do comportamento alinhado. O caminho que fez até lá fará toda a diferença e distinguirá a integridade e a resiliência de quem o percorreu.

A este propósito: duas histórias, de dois talentosos atores com obra sobejamente conhecida. Distingue-os a idade, o género e uma estatueta altamente simbólica no meio cinematográfico.


Matt Damon com 27 anos ganhou a estatueta mais cobiçada do cinema: o óscar para melhor roteiro original por “Génio Indomável” em 1998, co-escrito com Ben Affleck.

Glenn Close, atualmente com 74 anos, bateu o recorde de ser a atriz mais indicada para Óscar sem nunca o ter recebido.

Esta recordista do não-prémio é um fracasso? A sua carreira longa de atriz foi um desperdício? A falta de validação simbólica do Óscar indicia que fez um mau trabalho ou mau percurso?

Na realidade Glenn Close não recebeu um Óscar, mas soma inúmeros outros reconhecimentos da indústria e foi considerada uma das mulheres mais influentes do mundo, de acordo com a Revista Times.


Numa entrevista ao “The Graham Norton Show” em 2015 Matt Damon descrevia os ensinamentos que tirou desse momento importante da sua carreira. O primeiro: congratulava-se pelo facto de ter ganho o Óscar sem ter prejudicado ninguém pelo caminho. E o segundo, mais impactante: que imaginava como seria chegar aos 80 ou 90 anos à espera de receber o Óscar… E tomou consciência do quão triste seria se aquele reconhecimento fosse realmente o mais importante da sua vida de ator. Porque se assim fosse, seria triste: teria desperdiçado a vida. O prémio em si não preenche. É só um prémio.

À hora da sua morte, Matt Damon e Glenn Close serão irremediavelmente reconhecidos como ótimos atores e referências da ficção cinematográfica, das épocas que marcaram.

Do cinema para as nossas vidas e para os nossos líderes, o mais importante é: o caminho, a riqueza da descoberta, o ‘espetáculo’ que se cria e o impacto nos outros; venham ou não com estatueta associada.


O reconhecimento não deve tornar-se na mais narcisista e solitária corrida da liderança, perdendo-se a verdadeira recompensa que é a exploração do caminho. atores e referências da ficção cinematográfica, das épocas que marcaram.

Do cinema para as nossas vidas e para os nossos líderes, o mais importante é: o caminho, a riqueza da descoberta, o ‘espetáculo’ que se cria e o impacto nos outros; venham ou não com estatueta associada.


O reconhecimento não deve tornar-se na mais narcisista e solitária corrida da liderança, perdendo-se a verdadeira recompensa que é a exploração do caminho.


 
 
 

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